terça-feira, 15 de junho de 2010

Nasceu


Ela nasceu assim, atrasada recatada sem ter hora pra vir.
Na hora do choro grito. Desmedido. Na hora da euforia. Alegria. Pronto Cheguei. Ela se calou encolheu os braços. Não chorou. Foi assim que vim ao mundo. Sem choro, sem grito, sem riso... Parece melancolia, dor, desrazão, mas foi assim que os olhos viram a cor dessa imensidão
Ela me traz essas histórias. Menina roxinha, miudinha. Descabelada. Como sempre. Hoje ela canta , faz roda, ciranda. Não encontra. Perturba. Se pergunta. Recria. Cria. A cor. Da sua cor. Diferente. Do riso ao siso. Dos cachos aos lisos. Assumiu. Sumiu. Passou. Mas ela dança. Encanta. Pula no pula-pula. Mulher. Fala dos seus segredos. Queria ser perfeita enfeita. Sincera. Mas dói dizer que sinto saudades. Que tenho medo. Que sou insegura. Segura. Que sonho. Fantasia. Ela parece loucura, um riso que dá medo. Gargalhada que mais parece um trovão. Já ouviu? Música. Só quem conhece entende. Não quis vir ao mundo, tanto que chegou atrasada, passou da hora. Médico disse; imprestável pra vida. Ela não chorou. Sorriu. Viveu. E hoje vive vive vive ... Tudo nela é vida. Luta.
Anjo negro que desceu do céu. Em mel. Menina morena. Forte. Maria Bonita. E Lampião? Interrogação. Amores são sempre possíveis. Acredito. O mundo gira e a menina dança dança dança e dança...

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