segunda-feira, 10 de maio de 2010

Grito


Da palavra não dita
Do riso medido
Da insanidade contida
De todos esses fragmentos da prosa cantada em forma de vida.
Não acredito em milagres
Acordo todos os dias e clamo por força.
A estrada sigo sozinha.
E o choro, deixo pra quando o coração puder falar.
As luzes se apagam e o Haiti grita por socorro
Grito contido, restrito, grito abaixo da linha da miséria
A terra tremeu. Partiu. Coração empobreceu...
Mas o carnaval vem chegando... Pão e circo pra macacada!
Ano de futebol, vai ser bom esquecer a política desse país de manda chuvas.
A fé? A religião? Pra quê?
Se ainda, a carne mais barata do mercado é a carne negra.
Brasil terra adorada és mãe de filhos “ingentis”
Onde estão os esquerdistas? Prestes e sua Coluna, Olga e sua força? O que é isso companheiro, vai ser bom rever... Guerra dos Farrapos, Cangaceiros de Maria Bonita e Lampião
A burguesia fede!
E a miséria mora ali.
Dessa vida, quero o conhecimento, a arte, o riso, o êxtase, o amor... Todos os fragmentos de uma vida iluminada.
Calo-me ou deixo as “bundinhas” balançarem? Fingir que mulher é artigo de decoração? Lanço-me ao mar com Luz Del Fuego.
Pra toda vulgaridade chamo Frida e todas as suas cores.
Pra poesia barata e filosofia da miséria, me arremesso à Lou, dou mãos e não solto. Chamem-me Simone, acompanhada de Sartre, por favor.
Se a história tem loirinhas pedófilas, me cantem os contos de Green, salvem a meninada!
Assim vou caminhando, esperando por Rilke, amante das palavras, ouvindo Tom, subindo Mangueira, acreditando na força da rapaziada. E como já dizia Gonzaguinha; Eu vou a luta é com essa juventude que não foge da raia a troco de nada.

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